Restrições de entrada nos EUA: Angola na nova lista de bloqueio

Nelson Alfredo
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Uma mudança sísmica na política migratória norte-americana acaba de colocar Angola no radar da diplomacia internacional. A partir de 1 de janeiro de 2026, cidadãos angolanos enfrentarão novas restrições de entrada nos EUA, conforme a Proclamação Presidencial assinada na última terça-feira (16) pela administração Trump em Washington. A medida, que visa conter a imigração irregular e garantir a segurança nacional, coloca Angola sob “restrições parciais”, afetando diretamente turistas, empresários e estudantes.

Para os viajantes de Luanda e demais províncias, entender o que muda é crucial para evitar transtornos nos aeroportos ou negativas consulares. Este artigo detalha os motivos, as categorias de vistos suspensas e o que isso significa para o futuro das relações Angola-EUA.

O que muda com as novas restrições de entrada nos EUA?

Diferente de um “banimento total”, as atuais restrições de entrada nos EUA aplicadas a Angola são cirúrgicas, mas severas. O Departamento de Segurança Interna (DHS) classificou Angola numa lista de países com altas taxas de permanência ilegal após o vencimento do visto (overstay).

A partir do primeiro dia de 2026, a emissão de novos vistos para nacionais angolanos será suspensa nas seguintes categorias não-imigrantes:

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  • Vistos B1 e B2: Destinados a negócios e turismo (a categoria mais solicitada em Angola).
  • Vistos F e M: Voltados para estudantes académicos e vocacionais.
  • Vistos J: Para visitantes de intercâmbio.

Esta suspensão de emissão não significa que angolanos estão proibidos de pisar em solo americano, mas sim que a obtenção de novos documentos nestas categorias está congelada por tempo indeterminado ou sujeita a uma validação extremamente restrita.

Quem está isento das restrições?

É fundamental esclarecer que as novas restrições de entrada nos EUA possuem exceções importantes. Você não será afetado se:

  1. Já possui um visto válido emitido antes de 1 de janeiro de 2026.
  2. É residente permanente legal nos EUA (portador de Green Card).
  3. Viaja com passaporte diplomático ou oficial (Vistos A ou G).
  4. É cidadão com dupla nacionalidade viajando com passaporte de um país não listado nas restrições.

Por que Angola foi incluída na lista?

A inclusão de Angola nestas novas restrições de entrada nos EUA não é política, segundo a Casa Branca, mas baseada em dados frios. O “Relatório de Overstay de 2025” apresentou números alarmantes que motivaram a decisão:

  • Taxa de Overstay (Turismo/Negócios): 14,43% dos angolanos com vistos B1/B2 não retornaram ao país no prazo estipulado.
  • Taxa de Overstay (Estudantes): Incríveis 21,92% dos estudantes angolanos com vistos F, M ou J permaneceram ilegalmente nos Estados Unidos após o fim dos seus cursos.

Washington argumenta que estes números demonstram uma falha na triagem e um risco para a integridade do sistema de imigração. Além disso, falhas na partilha de informações de segurança e identidade entre os governos foram citadas como fatores agravantes para a imposição destas restrições de entrada nos EUA.

Impacto na CPLP e o contexto africano

Angola não está sozinha. A nova vaga de restrições de entrada nos EUA atingiu duramente o continente africano e a comunidade lusófona. Na CPLP, além de Angola, outros países sentem o aperto das novas diretrizes de 2025/2026.

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  • Moçambique e Guiné-Bissau: Continuam sob vigilância, embora não tenham sido alvo das mesmas medidas específicas de suspensão de vistos de turismo neste ciclo.
  • Brasil e Portugal: Permanecem fora da lista de restrições, mantendo suas relações consulares normais (com Portugal ainda no programa Visa Waiver).

Para os angolanos, a situação assemelha-se às restrições parciais que já afetavam outros países africanos, como a Nigéria e a Eritreia, em ciclos anteriores. A mensagem é clara: a cooperação na repatriação de cidadãos deportados e a melhoria na segurança documental são condições sine qua non para a retirada destas restrições de entrada nos EUA.

O que fazer se você tem viagem marcada?

Se você já possui passagem comprada ou planos de viajar para a América do Norte em 2026, a cautela é a palavra de ordem.

  1. Verifique seu Visto: Se o seu visto B1/B2 ainda é válido, você pode viajar. As restrições de entrada nos EUA não revogam vistos existentes retroativamente. No entanto, prepare-se para um interrogatório mais rigoroso na chegada aos aeroportos americanos.
  2. Não Tente Renovar Agora: Pedidos de renovação ou novas entrevistas para as categorias afetadas (B, F, M, J) provavelmente serão negados ou colocados em “processamento administrativo” indefinido a partir de janeiro.
  3. Consulte Fontes Oficiais: Acompanhe diariamente o site da Embaixada dos EUA em Luanda. As regras podem sofrer ajustes ou waivers (perdões) podem ser concedidos em casos de emergência humanitária ou interesse nacional americano.

A possibilidade de reversão

Diplomatas angolanos já sinalizaram que buscarão diálogo imediato com o Departamento de Estado. Historicamente, países que conseguem reduzir drasticamente suas taxas de overstay e melhorar a partilha de dados biométricos conseguem sair da lista. Foi o caso do Chade em 2018. Portanto, as atuais restrições de entrada nos EUA não são necessariamente permanentes, mas exigirão um esforço governamental robusto de Angola para serem levantadas.

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Em resumo, o cenário para 2026 é desafiador. As restrições de entrada nos EUA representam um obstáculo significativo para a mobilidade internacional dos angolanos, exigindo adaptação e cumprimento rigoroso das leis migratórias para recuperar a confiança das autoridades norte-americanas.


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Nelson Alfredo é um criador de conteúdo editor de notícias, com uma carreira focada em tecnologia, ciência e desporto. Conhecido como especialista em produtos Google, Nelson também se destaca como criador e desenvolvedor de sites profissionais.
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